Em um final de semana de março, domingo de sol forte, fui passear com meus dois filhos menores e como eles adoram água, fomos até a Praia da Lua. E não podia ser do jeito mais popular, indo até a Marina do Davi, pegando uma voadeira, comendo peixe na praia e banhando-se no rio Negro.
Logo após o almoço, aproximadamente 13h, chegamos de carro até a Marina do Davi. Pela ausência de infraestrutura no local, passamos sufoco para encontrar uma vaga para estacionar. Acertado com o flanelinha (estar cheio no local), fomos até o flutuante que se encontram as voadeiras, com lotação de 10 a 20 pessoas, embarcamos e nos deslocamos até a Praia da Lua. O preço da passagem, 3 Reais, com possível desconto para crianças.
Cerca de 5 a 10 minutos de viagens, desfrutando da paisagem regional proporcionada pelo rio Negro, chegamos à praia. Lotada de pessoas, foi difícil encontrar uma área com menos adensamento, que permitisse uma brincadeira com segurança e um banho calmo. Após caminhada e já acomodado na praia, as crianças no deleite da água, comecei a observar mais o local.
Verifiquei como aquela linda praia, tão próxima da cidade, com belas paisagens do rio Negro, estava maltratada e suja. Sujeira de todo tipo: copos descartáveis, latas de alumínio, embalagens de quentinha, sacos plásticos, restos de embalagens, uma sujeira só. E o que é pior, não vir pelo local nenhuma equipe de limpeza, sanitários públicos (podia ser químico), ou qualquer infraestrutura de apoio ao usuário. Não faltaram urubus e cachorros no local. As barracas, terríveis na sua estrutura, são aberrações à beleza natural, feitas de madeira em estado precário, de número exagerado e competindo o espaço com os banhistas.
Infraestrutura terrestre a parte, passei a observar a margem da praia. Muitos banhistas, crianças, adultos, idosos. Uns conversando uma prosa qualquer, outros namorando, brincando, nadando nas águas escuras do Negro. Da mesma forma que os banhistas ocupavam as praias rasas do rio, as voadeiras, Jet Sky e lanchas colocavam em perigo a segurança das pessoas, pois não há no local bóias que delimitem os espaços mínimos de segurança entre as embarcações e os banhistas. Fiscalização da Capitania dos Portos ou até mesmo salva-vidas, nem pensar.
Tolerando certos absurdos, é possível passar um dia desfrutando das águas da praia. Com certeza para muitas pessoas, aquilo tudo estava ótimo. Talvez por ser arquiteto e urbanista, profissão que estuda e cria o ambiente edificado, inserindo-o no ambiente natural, possa estar enxergando coisas despercebidas pelos outros, sem maior importância. Mas o local merece sim, maior atenção por parte do poder público, principalmente da área ambiental e turismo. Coitada da bela Praia da Lua. A Copa de 2014, como virou motivo para solucionar muitas mazelas da cidade, bem que podia ser um forte motivo para investir na infraestrutura da Praia da Lua. Fica a sugestão.
Fim de tarde, pegou-se a voadeira e retornamos à Marina do Davi. As crianças adoraram, e querem voltar novamente. Com certeza esse dia chegará novamente.
Ah, já ia esquecendo. Comemos um ótimo pacu frito, com farofa e baião de dois. Uma delícia. Só não me perguntem como foi feito e como era a cozinha da barraca. Eu hein.
FOTOS: Claudemir Andrade
Parabéns Claudemir, todas as pessoas que vão à Praia da Lua deveriam reinvidicar como você está fazendo, é realmente um absurdo a falta de higiêne do local. Conhecí esta praia quando estive aí em Manaus e concordo com você.
ResponderExcluirComo o Poder Público não está fazendo nada,o bom seria que cada família levasse um saco de 50 litros e trouxesse todo o seu lixo para reciclagem ou coisa parecida.
Fica também a minha sugestão.
Um abraço Sr. Arquiteto e urbanista.