Como todo brasileiro que gosta de futebol, neste último domingo fui assistir a uma partida do campeonato carioca pela TV, em um shopping da cidade. Tratava-se de uma partida entre Flamengo e Vasco, clássico entre times brasileiros marcado por grande rivalidade, principalmente por parte dos torcedores. Sentei com meu filho em uma mesa disposta próximo ao telão e lá ficamos assistindo ao jogo.
Iniciado a partida, com alguns expectadores mais exaltados e outros mais calminhos, passei a observar uma mesa ao lado no qual chegava um casal, de mãos dadas, ele vestindo camisa do vasco e ela do flamengo, para se juntar a um trio de rapazes que já se encontravam há um certo tempo na mesa.
Não tinha como deixar de observar como a flamenguista torcia, gritava, articulava, colocava toda a sua emoção ao observar cada lance do jogo. Já seu namorado, vascaíno, era mais calmo, torcia acanhado, sem muita exaltação.
Após comemorar o primeiro gol do Flamengo de forma bastante entusiasmada, a garota flamenguista chama seu namorado vascaíno para perto, pois a essa altura ele já demonstrava certa irritação. Ele se aproximou da bela namorada e passou a discutir com a mesma, como se ela fosse a culpada pela derrota do Vasco naquela altura da partida. A bela torcedora, assustada e sem entender a reação do namorado Mané, olhou para os amigos da mesa e fez gestos, como procurando entender o motivo da raiva com ela.
Com o segundo pênalti perdido pelo Vasco, o Mané já se encontrava em outra mesa, isolado, longe da bela namorada e dos amigos, sentado, de cabeça baixa, passando as mãos na cabeça, com expressão fechada e bastante irritado com o seu time que perdia naquele momento.
Final do jogo. Flamengo vence o Vasco por 1X0.
Mais uma vez olho para esse belo casal que havia chegado ao ambiente de mãos dadas. Ela, bela e feliz por seu time ter ganhado, se despede de seus amigos e sai com passos leves e sorriso no rosto. Seu namorado, o Mané, vascaíno no mínimo roxo, se despede rápido de seus amigos, apressa os passos, deixa de lado a mão da namorada, fecha a cara e sai do ambiente desolado, praticamente deixando a bela abandonada.
Fico refletindo depois, o que faz um torcedor brigar com a sua namorada por um jogo de futebol? A paixão pelo time do coração é maior que o amor conjugal? Será que ele já parou para pensar que após uma partida de futebol pela TV, se desliga o aparelho e tudo volta ao normal, sem nada a contribuir e mudar na sua vida?
Chego à seguinte conclusão nas atitudes do nosso torcedor emburrado: só mesmo sendo um Mané.
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