A partir da década de 70, após a implantação da Zona Franca, Manaus passou por um processo de urbanização acelerado, muito em função da chegada das atividades industriais, mega empresas nacionais e mundiais, que atraíram uma quantidade de pessoas para a cidade em busca de emprego e melhorias na qualidade de vida. A expansão das oportunidades de emprego vez com que pessoas fossem atraídas para a cidade, provenientes de municípios e estados vizinhos, em sua maioria de estados do Norte e Nordeste. Contudo, Manaus não foi preparada para receber o volume de pessoas que aqui chegaram, não realizou o seu planejamento urbano devido e hoje enfrenta como conseqüência vários problemas urbanos, em sua maioria de cunho social.
A quantidade de pessoas que Manaus ganhou inchou a cidade e fez com que a infraestrutura existente fosse insuficiente para a demanda criada, gerando transtornos para a população e se tornando um grande problema para os gestores municipais atuais. Manaus enfrenta vários problemas nos quais destaco o desemprego, saúde, educação, moradia, mobilidade, violência e desigualdade social.
A cada espaço de terra ocupada de forma desordenada (muito em função da busca de moradia), sem planejamento ou infraestrutura mínima adequada para qualquer assentamento, leva cada vez mais às dificuldades de acesso ao saneamento ambiental, iluminação pública, água potável, transporte público, coleta de lixo, iluminação pública, segurança, ruas pavimentadas etc., problemas estes que atingem a maioria da população manauara. Infraestrutura mínima e adequada na cidade, hoje é privilégios de poucos.
Grande parte do espaço físico de Manaus foi ocupada por meio de invasões, ocupações desordenadas, sem planejamento urbano, que originaram a maioria dos bairros da cidade. No entanto, a cidade vive presenciando o lançamento de empreendimentos habitacionais, planejados, com toda a infraestrutura básica, de iniciativa privada e/ou pública, mas a renda suficiente para a população destinar à moradia ainda é um problema a ser resolvido. O alto índice de desemprego e a baixa qualidade na educação permitem que as pessoas não tenham acesso a boa formação profissional, insuficiente para concorrer aos bons empregos e melhores salários. Talvez por isso Manaus venha cada vez mais vivendo com trabalhadores no mercado informal, desenvolvendo sua atividade como vendedor ambulante, flanelinha e outras atividades da informalidade.
Na área da saúde enfrentamos problemas crônicos e antigos como a insuficiência de leitos, de medicamentos e equipamentos. A disponibilidade de profissionais em número insuficiente leva às grandes filas, às dificuldades e ao desespero de algumas pessoas, que não chegam a receber a atenção devida na sua enfermidade. De mesmo modo enfrentamos problemas na educação, onde a qualidade de ensino fica prejudicada pela má formação dos docentes, péssima qualidade dos ambientes das salas de aula e ausência de equipamentos pedagógicos necessários para o desempenho da prática da boa educação. Mas, destacamos que toda a regra tem as suas exceções.
Vivemos cada vez mais presos em nossas residências. A violência urbana nos leva ao isolamento social, uma vez que ela estar presente nos espaços da cidade como bairros, comunidades, ruas, praças e parques. Ficamos presos em casa, com janelas e portas cheias de grades, enquanto que bandidos ficam a solta perturbando a ordem social. A violência é um dos problemas urbanos que mais vem preocupando a população, que a cada dia presencia nos noticiários acontecimentos de assaltos, assassinatos, brigas e outras violências, torcendo e rezando que um dia não aconteça com a sua família.
Mas as problemáticas urbanas estão presentes nas sociedades de todas as cidades brasileiras e do mundo. Não é um “privilégio” exclusivo de Manaus. Enquanto tiver desigualdade social, haveremos de enfrentar problemas de moradia, de infraestrutura, de saúde, educação, segurança pública etc. Em Manaus há uma pequena parcela da população com alto poder aquisitivo, mas a maioria convive com as dificuldades, com os baixos salários, desempregos e na linha da pobreza, um reflexo da desigualdade na distribuição de renda.
A população menos favorecida anda desacreditada, cansada de esperanças por dias melhores, por melhores serviços de saúde, educação e segurança. Cansada da espera por melhores condições de vida, de oportunidades de um bom emprego, de uma boa renda. Deseja infraestrutura que permita a sua melhora na qualidade de vida. Deseja que as políticas públicas permitam uma melhor distribuição de renda na cidade, melhorem os serviços públicos básicos, de maneira tal que permita um dia continuar sonhando por dias melhores.
bom txt.....
ResponderExcluirinteressante porem, nao mostrou nenhuma forma de tentar solucionar tantos problemas apontados na narrativa.
ResponderExcluirUma descrição que se aproxima muito da realidade manauara. Uma forma inicial para a solução destes problemas é a conscientização da população de que a situação de vulnerabilidade social em que vive é relativamente grave se comparada a cidades planejadas para o crescimento econômico. Se os Governos não se preocupam com seus próprios cidadãos isto é um recado bastante claro de que a população deve se organizar por si mesma, começando pela sua própria casa, ajudando os concidadãos a fazer o mesmo. O resuldado será uma cidade mais organizada, limpa e estruturada porque o povo que nela habita tem consciência de que é o verdadeiro gestor de seu ecossistema.
ResponderExcluirSolução racional para o transporte coletivo
ResponderExcluirTransporte coletivo vem sendo um dos problemas mais sentidos pela população do Brasil e origem de reações violentas, perturbadoras da ordem pública. A tarifa zero é perfeitamente justificável para quem necessita deste recurso para usufruir o direito constitucional de liberdade de locomoção. Torna-se, entretanto, muito injusta se usufruída por quem dela não necessita. Praticar o transporte gratuito através de empresas estatais tem sido um erro que não precisa ser novamente testado para se confirmar. Transporte é uma prestação de serviço e não um negócio para gerar lucro ou ser custeado por impostos gerais, pois estes são socialmente injustos. Partindo desta concepção, elaboramos uma alternativa para solução racional deste problema e sugerimos o acesso ao blog http://nossobrasilja.blogspot.com.br/ no qual está apresentada e disponível para ser implantada.
Boa observação , mas o que fazer para mudar? e o empreendedorismo social? e os negocios sociais.....o estado gera condiçoes para que estas idéias sejam colocadas em práticas?
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