segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ARQUITETO JOSÉ HENRIQUES BENTO RODRIGUES, o Zé Henrique

Lúcia Helena recebe do arquiteto Moita, placa alusiva à memória de Zé Henrique.



O grande e eterno arquiteto amazonense José Henriques Bento Rodrigues, o Zé Henrique, falecido em 2002, foi homenageado pela organização da Casa Cor Amazonas, no dia em que Manaus comemorou o seu 341° Aniversário.


Lúcia Helena Dantas Fontenelle, 56, viúva de Zé Henrique, recebeu das mãos do arquiteto Roberto Moita a honraria póstuma, uma placa alusiva à memória do seu esposo. Zé Henrique foi o arquiteto que projetou o pavilhão principal do Centro Cultural dos Povos da Amazônia – CCPA, local onde está sendo realizada a primeira edição da Casa Cor Amazonas, situado na Av. Rodrigo Otávio, antiga Bola da Suframa.


"O Zé era de uma criatividade extraordinária. Ele faz falta na cena da arquitetura amazonense, muito mais agora que a Casa Cor Amazonas está sendo realizada no prédio que ele projetou", destacou Lúcia Helena. Acompanhada da filha mais velha do casal, Karina Fontenelle Rodrigues, 32, Lúcia disse que está organizando a obra de Zé Henrique com o objetivo de publicá-la em um livro. "Vai ser uma obra sobre a vida dele. Quero muito poder mostrar às próximas gerações o que ele fez pelo seu Estado. Essa homenagem é muito significativa para a família". A filha de Zé Henrique, karina Rodrigues, disse que o reconhecimento da obra de seu pai é motivo de orgulho, principalmente para ela, que o tem como exemplo de pai e de artista."Estou emocionada, porque ele gostava muito daqui e sempre falava do quanto amava a sua terra".


Ainda como estudante de arquitetura e urbanismo, início de 1992, tive a grande oportunidade de conhecer o mestre José Henriques Bento Rodrigues. Na ocasião ele era professor do Instituto Luterano de Ensino Superior – ILES Manaus, atual Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM/ULBRA, titular da disciplina Estética e História da Arte. Em 1993, quando estava cursando o 3° período do curso, Zé Henrique me deu a oportunidade de ingressar na Prefeitura como estagiário, na recém criada Secretaria Municipal de Humanização e Integração Urbana – SEMHUR, órgão da administração direta da Prefeitura de Manaus, onde ocupava o cargo de Subsecretário Municipal.


Desta fase de minha vida até os dias atuais, nunca mais deixei de exercer minhas atividades na iniciativa pública. E já se vão 17 anos. Foi das mãos e ensinamentos de Zé Henrique que aprendi a traçar os primeiros desenhos, quando a prefeitura ainda utilizava o papel vegetal, o papel manteiga, o nanquim, a pena, a régua, esquadros, régua paralela, aranha, normógrafo etc, instrumentos substituídos na atualidade pela computação gráfica. Com ele aprendi a compreender o serviço público, as dificuldades, as particularidades, as vaidades políticas, as amizades de trabalho, os desgastes, as alegrias. Aprendi o quanto Manaus precisa dos arquitetos, o quanto ela carece de boas idéias e projetos.


De 1993 a 2002, foram 10 anos de convivência com Zé Henrique. Em sua companhia aprendi a conhecê-lo e a admirá-lo. Aprendi que as coisas simples, apesar da aparência singular, são providas de grandeza interna inestimável, existentes em cada ser, de forma particular e única. Aprendo com Zé Henrique até hoje, mesmo após 8 anos de sua ausência. Como? Simples, basta observar as suas obras presentes em Manaus.


Cito abaixo algumas obras públicas de sua autoria.


- Complexo Viário de Flores (Viadutos próximos da Rodoviária e da Unip);

- Complexo Viário da Darcy Vargas (Passagens Subterrâneas da Djalma Batista e Constantino Nery);

- Complexo Viário do Boulevard (Passagem de Nível com a Djalma Batista e Viaduto da Constantino Nery);

- Complexo Viário do São Raimundo/Glória;

- Complexo Viário do Japiim;

- Nova Sede da Câmara Municipal de Manaus;

- Trecho do Parque da Ponta Negra (do Anfiteatro até o Hotel Tropical);

- Prolongamento da Av. Darcy Vargas (da Constantino até o Dom Pedro e São Jorge);

- Paginações de Piso do Centro de Manaus;

- Sede da Secretaria Municipal de Educação;

- Sede da Secretaria Municipal de Saúde;

- Centro Cultural dos Povos da Amazônia (pavilhão principal);

- Escolas, Praças, etc.


Manaus em muito agradece pelas idéias e projetos do mestre arquiteto Zé. A cidade em muito sente a sua falta, assim como os seus amigos, colegas de trabalho, assim como as ruas, as praças, os parques... Assim como Eu.

Lúcia Helena, ao lado da filha Karina Rodrigues.



FOTOS: ANTÔNIO LIMA/JORNAL A CRÍTICA.




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