terça-feira, 19 de outubro de 2010

MOBILIDADE URBANA BRASILEIRA PRÓXIMO DA FALÊNCIA

AS TARIFAS DE TRANSPORTE PÚBLICO SÃO MUITO ALTAS.

Do site do JB Online, por Marcus Quintella.

No Brasil, nas principais regiões metropolitanas, os estudos comprovam que as tarifas dos modos de transporte público são altas para o padrão do poder aquisitivo do povo brasileiro e são reajustadas acima da inflação, na época que isso ocorre, apesar de permanecerem longo tempo sem reajuste. Para agravar ainda mais a situação, a população, com remuneração entre 1 e 33 salários mínimos, compromete cerca de 6% de seu orçamento doméstico com transporte público, enquanto que os que ganham entre 1 e 2,5 salários mínimos comprometem absurdos 12% de seus orçamentos com o mesmo tipo de serviço.

Esse quadro de carestia e inflação setorial penaliza impiedosamente, ainda mais, a maior parte da população urbana brasileira, que depende fundamentalmente de transporte público em seu cotidiano, principalmente, no percurso casa-trabalho-casa. Para piorar a qualidade de vida dessa população, o transporte público em nosso país não apresenta boa qualidade, carece de grandes investimentos em sistemas integrados e competentes e não goza de boa reputação com a população urbana, visto que sua imagem está associada a congestionamentos, poluição, desconforto, insegurança, perdas de tempo e incompetência.

Os altos custos tarifários do transporte público geram problemas sociais e infelicidade para a população das cidades, bem como malefícios para a economia como um todo, como, por exemplo, desemprego e favelização, bem como aumento dos moradores de rua das grandes cidades, uma vez que os empregadores buscam trabalhadores com moradias próximas aos locais de trabalho, para reduzir faltas, atrasos e gastos com transporte.

Na verdade, o brasileiro paga muito caro para ser transportado em suas cidades, na maioria das vezes de forma desumana, com esperas por ônibus que podem chegar a 40 minutos, com viagens que levam entre 2 e 3 horas e dentro de veículos com 9 ou 10 passageiros por metro quadrado, muito acima do padrão aceitável de 5 a 7 passageiros por metro quadrado.

Nos países desenvolvidos, não há registro de regiões metropolitanas densamente povoadas, com mais de 10 milhões de habitantes, que contabilizam 70% dos deslocamentos de seus habitantes realizados por ônibus, como ocorre no Rio de Janeiro e em São Paulo. As grandes metrópoles mundiais possuem competentes sistemas metroferroviários, de alta capacidade, para atender demandas dessa natureza, de forma integrada com os demais modos de transporte complementares e alimentadores.

Essa situação precária de nosso transporte público, que, por si só, já corresponde a um baita prejuízo, associada aos desproporcionais e injustos valores das tarifas modais praticadas em nossas cidades, nos faz concluir que estamos próximos da falência, em termos de mobilidade urbana.

FONTE: JB Online.



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Um comentário:

  1. Nao sou contra a Privatizaçao porem, se nao houvesse os empresarios (milionarios amigos de prefeitos etc), nao haveria transporte publico no Brasil, pois o Estado Brasileiro so tem recursos para pagar seus funcionarios e politicos.E fomentar o capitalismo nestes que comandam seus carteis...Se todo o custo das estatisticas forem colocados na ponta do lapis, o papel se recusaria a carregar tamanhos numeros desumanos para os humanos.Nao precisamos ir longe, nosso vizinho Hugo Chaves (outro politico imbecil) privatizou seus meios de transportes, a populaçao paga menos de 10% o valor da passagem. Pelo menos é mais humano o negocio por la...

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