A ONU divulgou neste mês que a água poluída mata mais que a violência no mundo. Em manifestação realizada no último dia 22, a instituição informa que a população mundial está poluindo diariamente os rios e oceanos com o despejo de resíduos sólidos, comprometendo a vida aquática e proliferando doenças que matam milhões de pessoas todos os anos.
A quantidade de água contaminada e poluída, que a cada ano vem aumentando nas cidades, é a maior causa da mortalidade presente na humanidade, matando muito mais de que várias formas de violência, inclusive mais que as guerras.
Em seu relatório intitulado “Água Doente”, a ONU informa que dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes. O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial, pesticidas agrícolas e resíduos animais. Ainda segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90% da água de esgoto sem tratamento.
A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."
Em Manaus, não precisamos ir muito longe para constatar que os nossos igarapés urbanos estão quase na sua totalidade poluídos. Igarapés como do Mindú, Franceses, Quarenta, Bindá e Franco são exemplos de cursos d’água totalmente comprometidos em sua qualidade, sendo impróprios para o banho, consumo e até mesmo para a simples observação, uma vez que o odor presente nos mesmos chega a ser insuportável. E o pior de tudo é que a nossa cidade tem um passivo urbano muito grande no que diz respeito à ocupação dos leitos desses igarapés, que em sua maioria são ocupados por residências, construída em madeira e dispostas sob palafitas, deixando várias famílias expostas ao contato com a água poluída. É comum ver ainda crianças banhando-se em nossos igarapés, colocando em risco a sua saúde.
A cada ano que passa, a cada ciclo de cheia e vazante de nossos rios, toneladas e toneladas de lixo são retirados dos leitos dos igarapés pelo poder público, oriundos de resíduos sólidos jogado pela própria população. Na maioria das vezes, falta conscientização por parte do cidadão, que reclama muito, mas pouco contribui para amenizar o problema que a cada ano fica maior.
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