terça-feira, 5 de maio de 2009

A LIÇÃO DAS ÁGUAS E O PLANEJAMENTO URBANO



A nossa região mais uma vez encontra-se em estado de emergência em função das cheias dos rios. Não é a primeira vez e nem será a última que a natureza mostra a sua força, reafirmando o ditado de que a Natureza não responde, ela se vinga. E nesta vingança não tem Homem bom e nem ruim, todos pagam o preço pela depredação.


Em função das cheias já são muitos os desabrigados em várias cidades de nosso Estado. Barreirinha, Canutama, Boca do Acre, Anamã, Manaquiri, Itacoatiara, Maués e muitas outras (já somam mais de quarenta municípios) são cidades que passam por situação crítica e necessitam de ajuda do poder público e de toda a sociedade. Famílias estão abandonando seus lares, crianças deixando a escola, as lavouras sendo inundadas e a circulação ficando comprometida em função da inundação das vias e calçadas das cidades.


Nosso noticiário local informa que, infelizmente ainda temos alguns dias de subida das águas e que falta menos de 1 metro para atingir a cota de 1953, considerada a maior enchente de nossa história já registrada.


Analisando o cenário de 1953, há 56 anos, nossas cidades do grande Amazonas deveriam ter uma infra-estrutura muito menor do que a atual. Muitas ruas, escolas, casas, praças, se quer existiam. Se existiam e se foram atingidos pela enchente, foi uma dura lição e um bom momento para se rever a sua localização. Com a enchente de 1953, muitas lições deveriam ter sido tiradas.


O tempo passou e as cidades evoluíram. Em 2009, passados 56 anos, elas cresceram surgindo novas ruas, escolas, casas e praças.


Se houve um espaço de tempo significativo entre 1953 e 2009, por que passamos novamente por situações difíceis e semelhantes à grande enchente?


Simples. Falta de Planejamento Urbano. As lições de 1953 não foram suficientes para prevenir o futuro. Casas, ruas, escolas... que foram inundadas pelas águas de 53 serão novamente atingidas em função de nenhuma providência ter sido tomada para resolver o problema. E o que é mais grave: casas, ruas, escolas, praças... que não existiam, foram construídas justamente em solo com cota inferior à maior enchente. Destino? Não creio. Está muito mais para uma grande falha urbanística.


E ainda tem pessoas que não entendem a finalidade do planejamento urbano para uma cidade. Uma pena!


FOTO: FEIRA DO BAGAÇO - PARINTINS/AM.

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