segunda-feira, 20 de junho de 2011

AUSÊNCIA DE SISTEMA DE ESGOTO AGRAVA SITUAÇÃO DOS IGARAPÉS


Do portal acrítica.com:

A concentração de lixo e o mau cheiro, frutos da poluição das águas dos igarapés da área urbana de Manaus, devem ficar mais evidentes nos próximos meses, quando começa o período de vazante dos rios. Atualmente, basta uma análise rápida das condições dos igarapés para detectar que as águas estão cobertas de lixo, com coloração mais escura, aspecto grosso e mesmo, em determinados trechos, com a formação de espumas.


De acordo com a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e doutora em Hidroquímica, Hilândia Brandão, o mau cheiro e o aspecto grosso da água são consequências do processo de decomposição do material que é despejado (lixo e esgoto).

A pesquisadora, que realizou um estudo sobre a qualidade das águas dos igarapés da cidade em 2006, apontou que, com a decomposição do material, são formadas bactérias que consomem oxigênio, produzindo os gases sulfato e sulfeto. “São esses gases que dão o odor de ‘ovo podre’ e fica mais concentrado no período de seca porque a quantidade de água diminui e as bactérias ficam concentradas”, explicou.

Manaus tem três bacias de igarapés, a do Quarenta, a do Mindu e a do Tarumã. A pesquisa do Inpa foi realizada considerando a qualidade da água tanto na nascente das bacias, quanto nos pontos principais. Segundo Hilândia, com base na análise das águas foi constatado que as nascentes ainda têm um padrão de qualidade considerável, mas conforme as águas passam pelas áreas onde há maior concentração urbana, vão perdendo qualidade. “Não temos um sistema de esgoto adequado e temos uma grande quantidade de pessoas morando na beira dos igarapés, além do lixo que é jogado diariamente nas águas”, apontou.

Durante as análises das águas, foi detectado que a bacia do Quarenta concentra metais como ferro, cobre e manganês. Segundo a pesquisadora, tal fato se deve à concentração de indústrias ao longo do igarapé. As bacias do Mindu e Tarumã são as que acumulam mais material orgânico, o que causa um mau cheiro mais forte.

Das três bacias, segundo a pesquisa, as mais comprometidas são as do Quarenta e a do Mindu, que passam por grande parte da área urbana da cidade. “Na do Tarumã a situação também é preocupante porque, com a invasão de prédios e empresas, como não há sistema de esgoto eficaz, a água ficará completamente poluída em pouco tempo”, destacou.



FONTE: ACRÍTICA.COM



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