ARQUITETURA SUSTENTÁVEL
(*)Por Luíza Clemente
O homem já foi o grande inimigo da natureza, entretanto esse cenário vem mudando, a preocupação com a preservação do meio ambiente cresce a cada dia. Na atualidade não podemos pensar em desenvolvimento sem que nos venha à cabeça a palavra sustentabilidade. A arquitetura ecológica é um exemplo disso, trata-se de uma ramificação da arquitetura voltada para reduzir os impactos ambientais e para melhor usufruir os recursos locais. Nos últimos dois anos essa ideia tem se difundido bastante no Brasil.
Entre os principais fatores determinantes de uma casa sustentável estão a eficiência energética, o uso racional da água, a preferência por materiais ecologicamente corretos e a preocupação com a preservação ambiental, a qual deve permear todas as etapas da construção, desde o levantamento, planejamento, as diretrizes, os materiais e as técnicas construtivas utilizadas, a execução da obra e a sua manutenção.
É importante que a construção seja planejada de acordo com o ambiente no qual será inserida, integrar-se a ele. O relevo deve ser respeitado e as paredes podem ser feitas do tijolo ecológico que é feito a partir do solo do local e é confeccionado na própria construção. Alternativas como estruturas de madeira de reflorestamento, bambu, paredes de taipa de pilão, plastocimento também são bastante ecológicas, mas o que é mais importante é usar o material em abundância na região. Já existem tintas naturais.
Os ambientes de uma casa sustentável devem ser providos de boa iluminação natural, grandes janelas estrategicamente posicionadas, que além de dar um visual legal para a obra, proporcionam a economia de energia elétrica durante o dia e também arejam os cômodos. Painéis fotovoltaicos são usados como fonte de energia. Nos telhados podem ser construídos jardins suspensos, que ajudam a manter a temperatura da casa amena.
Não basta somente construir uma casa ecologicamente correta, é necessário que os moradores tenham um estilo de vida que se preocupa constantemente com o meio ambiente. É preciso ter a consciência de comprar móveis de madeira reflorestada ou de demolição, aparelhos eletrodomésticos com baixo gasto energético, economizar água e energia, evitar andar de carro e principalmente, separar o lixo. A coleta seletiva ajuda a repensar os hábitos de consumo. O lixo seco deve ser levado às empresas responsáveis pela reciclagem. Composteiras são a melhor alternativa para resíduos orgânicos produzidos na casa, o xorume gerado pode ser usado como fertilizante na horta. A horta caseira também é uma parte fundamental numa casa sustentável, pois melhora a qualidade de vida dos moradores, proporcionando alimentos livres de agrotóxicos. A implantação de um jardim pomar ao invés do convencional, a ajuda a melhoria não só na qualidade de vida, mas também na qualidade do ar.
A arquitetura ambiental veio para quebrar um tabu e demonstra que é possível adequar coerência ecológica a questões estéticas e de conforto mesmo em padrões urbanos de construção. Ela propõe soluções técnicas ecologicamente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis. Tornou-se uma necessidade atual da humanidade garantir a manutenção e conservação do planeta para que o futuro das gerações vindouras seja mais ameno e suas necessidades possam ser atendidas.
(*)Luíza Clemente, é acadêmica de Engenharia Ambiental, da Universidade de Brasília/DF.
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