quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

PENSAR O BRASIL 2022: SEM IMPROVISAÇÕES OU "PUXADINHOS"

João Alberto Viol, é Presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia - Sinaenco/Direção Nacional.

O novo governo federal, sob a presidência de Dilma Roussef, tem condições de consolidar o Brasil como um país em transição para o mundo desenvolvido. Não será, porém, uma trajetória fácil. As circunstâncias são favoráveis, graças à conjunção de fatores que “nunca antes” haviam ocorrido ao mesmo tempo na história brasileira: mercado internacional comprador de produtos nacionais, em especial os do agronegócio e commodities minerais; economia estabilizada, com inflação em níveis razoáveis, pré-sal, Copa 2014 e Olimpíada 2016 empurrando a expansão econômica.

O elevado nível de emprego e o “bônus demográfico” – com a maioria da população em idade de trabalho e que representará nessa próxima década outra inédita vantagem para o país – são também benesses que podem e devem ser aproveitadas para pavimentar o caminho rumo ao desenvolvimento. Nada disso, entretanto, exime o governo de realizar as necessárias correções de rumo para atingir essa meta. O principal deles é desenvolver uma cultura de planejamento e gestão efetiva e, principalmente, eficiente, requisitos que não foram o forte do governo que se encerra. Faltaram planejamento e gestão mais eficientes, por exemplo, no PAC 1 e no setor aeroportuário. O PAC esteve sob a batuta da então ministra-chefe da Casa Civil.

A falta de planejamento e gestão mais eficientes do PAC e do setor aeroportuário, neste em especial em seu programa de investimentos, fez com que, a despeito do crescimento acentuado da demanda de passageiros nos últimos anos, não tivéssemos os investimentos à altura desse crescimento. Foram seis milhões de novos passageiros entre 2003 e 2009, 80% de crescimento no período, 10% de crescimento ao ano. Na área de saneamento, dos R$ 40 bilhões de investimentos previstos no período 2007-2010, cerca de R$ 12 bilhões transformaram- se em obras.

O principal obstáculo ao desempenho mais efetivo do PAC no saneamento foi a falta de projetos de qualidade, especialmente nos municípios. Despreparadas e sem corpo técnico adequado, boa parte das prefeituras brasileiras deixou de receber recursos já contratados, mas emperrados pela ausência de projetos desenvolvidos sob condições tecnicamente satisfatórias.

Nos aeroportos, a crise intermitente teve como principal resposta a adoção dos Módulos Operacionais, batizados de “puxadinhos” por profissionais da arquitetura e engenharia que atuam no setor. Esses exemplos são importantes porque, em maior ou menor grau, repetem-se em outras áreas do governo.

Planejamento é a palavra-chave para uma gestão que terá a chance de preparar o país para comemorar o bicentenário da Independência, em 2022, em condições sociais, econômicas e ambientais muito melhores do que as exibidas pelo Brasil de 2010. A tarefa é urgente: pensar o Brasil de 2022 tem de começar agora, sem improvisações ou “puxadinhos”.

FONTE: SINAENCO

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