Como se encontra a acessibilidade urbana na cidade de Manaus? Essa resposta foi o que a turma de Introdução ao Projeto, disciplina do Curso de Arquitetura e Urbanismo da ULBRA no qual ministro, foi buscar em uma atividade prática de acessibilidade, nas vias da cidade de Manaus.
No sábado, 26 de junho, pela manhã, um grupo de futuros arquitetos e urbanistas percorreram alguns logradouros da cidade, vivenciando o modo de circular das pessoas que possuem alguma dificuldade de mobilidade, como deficientes auditivos e visuais, idoso, obesos, cadeirantes, portadores de muletas e outras deficiências especiais. A atividade visa demonstrar na prática a existência de barreiras arquitetônicas, urbanísticas, de transportes e de comunicação.
O trajeto de percurso dos alunos teve início na parada de ônibus existente em frente ao Ginásio Amadeu Teixeira, na Av. Constantino Nery, onde o grupo pode verificar o embarque e desembarque das pessoas no transporte público. De começo, verificou-se que as calçadas próximas as paradas de ônibus não estão preparadas para pessoas com restrição de mobilidade, apresentando desníveis e ausência de sinalização horizontal e vertical de orientação. A parada de ônibus, que se encontra no canteiro central, apesar de possuir rampa de acesso, não possui qualquer integração de acessibilidade com o entorno.
Dentro do transporte público, um ônibus articulado do “expresso”, o grupo pode verificar a inexistência de lugar marcado e identificado para cadeirantes, idosos e gestantes, além de possuir ineficiência em estrutura para receber cadeirantes, principalmente para a sua segurança interna e processo de embarque e desembarque.
O percurso em transporte público terminou na parada em frente ao Colégio Dom Bosco, na Rua Epaminondas, no Centro da Cidade. Percorrendo as calçadas, pode-se perceber uma quantidade excessiva de obstáculos para a boa circulação das pessoas, como desníveis de passeios públicos, piso inadequado, mobiliários urbanos implantados em local indevido, excesso de atividades informais, ausência de rampas, dentre outros. Nas travessias de cruzamentos, novas situações inadequadas como a inexistência de sinalização horizontal e vertical.
Na Praça da Saudade, ambiente público recém inaugurado pela Prefeitura, colocamos em prática uma atividade que possibilitou a vivência por parte dos alunos, de uma situação similar aos portadores de necessidades especiais e de restrição de mobilidade. Utilizando equipamentos como cadeiras de roda, muletas e andadores, além de utilizar enchimentos de roupa (obesos) e lenços nos olhos (deficientes visuais), o grupo percorreu um trajeto da Praça da Saudade até o Teatro Amazonas, fim do nosso percurso.
A atividade desenvolvida pelos alunos tem como objetivo possibilitar a percepção das dificuldades de circular no meio urbano, principalmente por futuros arquitetos e urbanistas, responsáveis pela elaboração futura de projetos arquitetônicos e urbanísticos presentes no ambientes construídos pelo homem. As dificuldades de se deslocar na cidade foram marcadas pela grande quantidade de obstáculos existentes no transporte público, nas calçadas, vias e cruzamentos da cidade, que apesar de ter sido realizado em um trajeto específico, é o mesmo cenário de outros locais de Manaus.
Manaus precisa melhorar a sua acessibilidade urbana, permitindo e garantido o direito de ir e vir das pessoas. Uma missão de todos, do poder público e da sociedade como um todo, no qual não devem medir esforços em realizar ações e programas que visem à promoção da boa acessibilidade da sua gente.
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Parabéns...uma realidade muito difícil em nosso município!!!
ResponderExcluirGostaria de contar com esses arquitetos para realmente tornamos nossa cidade um exemplo de acessibilidade, arborização e arquitetura de verdade. Parabéns! Primeiro passo já está sendo dado!
ResponderExcluirParabéns a iniciativa dos educadores desta instituição de Ensino e a participação ativa dos acadêmicos! é muito importante que mais profissionais da área participem das melhorias urbanas da nossa cidade, pois muito precisa ser feito e a vivencia destas problemáticas é necessária, para que a busca de soluções sejam apresentadas.E que o poder público permita e coloque em prática a melhorias apresentadas para o beneficio da coletividade.
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