segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ 2013 !!!

Amigos e Amigas.

Estamos nas últimas horas de 2012, que já se finaliza.
2013 está chegando e com ele, estamos renovando nossas esperanças de um futuro melhor para todos, com mais AMOR, PAZ e SAÚDE.
Desejo a nossa Cidade de Manaus dias maravilhosos, com mais saneamento, habitação, mobilidade urbana, planejamento, ordenamento e excelentes programas urbanos.
À todos, a certeza de que a esperança virou realidade.

Vamos que vamos, rumo à 2013!!!
FELIZ ANO NOVO !

Grande e fraterno abraço.
CLAUDEMIR ANDRADE, arquiteto e urbanista.
 

INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL - DEPARTAMENTO DO AMAZONAS, FAZ BALANÇO DE 2012

INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL - DEPARTAMENTO DO AMAZONAS - IAB/AM.

BALANÇO 2012.

Caros Colegas Arquitetos e Urbanistas.
Caros Estudantes, Amigos, Parceiros e Colaboradores do IAB/AM.

Estamos finalizando o Ano de 2012 e com a chegada de 2013, já cumprindo metade de nossa atual gestão à frente do IAB/AM, nos faz prestar contas apresentando um pequeno Balanço das atividades desenvolvidas no decorrer deste ano que finaliza.

Começamos o ano de 2012 procurando verificar e entender a situação em que se encontrava a Instituição IAB no Amazonas, e já no primeiro mês percebemos que muito trabalho havia pela frente, principalmente para recuperar a legalidade da Entidade. Uma tarefa que não foi nada fácil, no entanto, chegamos hoje na condição de dizer que temos todas as documentações legais da Entidade devidamente registradas em Cartório, como Ata de Eleição e Posse da atual Diretoria, Novo Estatuto Social do IAB/AM e CNPJ atualizado em sua representação.

De imediato, procuramos criar Canais de Comunicação com os arquitetos e estudantes de arquitetura, uma vez que na Entidade não havia um Banco de Cadastro que pudéssemos utilizar para contatar com as pessoas. Criamos uma Conta de E-mail (iab-am@hotmail.com) e um Grupo na Rede Social (http://www.facebook.com/groups/iab.am), hoje, principais ferramentas de difusão da informação utilizado pelo IAB/AM. É por meio desses canais que compartilhamos todas as informações das nossas atividades e de demais Departamentos dos IABs Estaduais.

Essa comunicação permitiu que os arquitetos e urbanistas começassem a ter conhecimento do que se passava na Entidade e fora dela, permitindo também, que iniciássemos um trabalho de Recadastramento dos Arquitetos e Estudantes. Hoje, já possuímos um banco de contatos com mais de 460 profissionais e chegamos à casa da primeira centena em quantidade de Associados Ativos, com suas respectivas Carteiras Sociais do IAB/AM, o que é uma conquista, uma vez que a adesão ao IAB é voluntária, não obrigatória.

Com o retorno e a vinda de novos associados, permitiu que o IAB/AM se regularizasse junto à UIA – União Internacional de Arquitetos, FPAA – Federação Panamericana de Associações de Arquitetos, CIALP – Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa e IAB/DN – Direção Nacional, no que se refere às suas contribuições anuais e trimestrais. Da mesma forma iniciamos nossa regularização junto a Receita Federal e Secretaria Municipal de Economia e Finanças – SEMEF, da Prefeitura de Manaus.

O Conselho Diretor do IAB/AM vem realizando mensalmente as suas Reuniões de Diretoria, ocasião em que são registrados todos os acontecimentos relativos à Entidade, principalmente aprovação de novos Associados e receitas e despesas registradas no Livro Caixa (aberto pela atual gestão). A cada reunião é emitido uma Ata, no qual é encaminhado via e-mail a todos os associados do IAB/AM.

Procuramos estar presentes em todos os encontros nacionais do IAB, ocasião em que participamos das Reuniões do Conselho Superior do IAB realizados em Brasília/DF, Curitiba/PR e Maceió/AL, permitindo que o Departamento do Amazonas estivesse presente em todos os direcionamentos tomados em comum acordo entre os demais departamentos estaduais do IAB e a Direção Nacional. Essa participação permitiu que o Departamento do Amazonas integrasse a Nova Direção Nacional, Gestão 2012/2014, assumindo o compromisso na Vice-Presidência do IAB/DN para a Região Norte, posse esta que ocorreu na Cidade do Rio de Janeiro no Mês de Julho. O IAB/AM esteve presente também no XXIV Congresso Panamericano de Arquitetos, ocorrido na Cidade de Maceió no mês de Novembro.

Em todas as viagens e participações do IAB/AM em eventos de outros Estados, as despesas de transporte, hospedagem e alimentação foram custeadas pelo próprio Conselheiro, sem a utilização de recursos da Entidade.

Procuramos realizar atividades locais voltadas para os arquitetos e estudantes e, principalmente, mostrar a presença do IAB/AM em nosso dia-a-dia. Participamos com o nosso apoio institucional nos eventos Luz, da Gestão ao Projeto, promovido pelo IPOG Manaus; Tecnologia, Desempenho e Sustentabilidade na Construção Civil, promovido pela PINI Eventos; Sistemas Drywall e Fachadas Aquapanel, promovido pela KNAUF; 1° Seminário de Construção Civil e Planejamento Sustentável, realizado pela ASBEA/AM; e Construção à Seco – Ligth Steel Frame, promovido pela Brasilit Manaus.

Participamos como palestrantes, tratando de vários temas, nos eventos Fórum de Bicicletas, promovido pelo Movimento Pedala Manaus; Conferência SUDI 2012 – Sustainability & Disability; Semana de Atividades Complementares, promovido pelo Centro Universitário Luterano de Manaus; Semana Integrada de Arquitetura e Urbanismo - SEMANAU, uma promoção da FENEA; e em Atividades Complementares do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNINORTE, promovido pela Coordenação do Curso, além de termos representado nossa categoria no Programa Roda Viva, da TV Cultura Local, entrevistando junto a autoridades do jornalismo esportivo o Secretário da UGP-Copa do Governo do Estado, que falou sobre as resoluções sobre a Copa 2014 em Manaus.

Com assinatura própria, iniciamos o debatesIAB, promovendo os eventos Revisão do Plano Diretor Urbano e Ambiental de Manaus – Projetos de Lei, que contou com a participação de técnicos do Instituto Municipal da Ordem Social e Planejamento Urbano – IMPLURB; Tombamento do Centro Histórico de Manaus, com a participação de técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Superintendência do Amazonas; Arquitetura de Interiores e Design Aplicados a Projetos Residenciais e Comerciais, trazendo em parceria com a Editora SENAC São Paulo a arquiteta Miriam Gurgel; e o 1° Seminário Estadual de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas, uma organização em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas – CAU/AM, realizado em comemoração ao dia do arquiteto, coroando nossas atividades neste ano.

Durante a realização do 1° Seminário Estadual de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas, que contou com a participação de 08 palestrantes, todos arquitetos e urbanistas atuantes no Amazonas, realizamos uma justa Homenagem a todos os Ex-Presidentes do IAB/AM, em reconhecimento a colaboração e dedicação a frente do IAB Amazonas. Da mesma forma, homenageamos todos os profissionais pelo Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista, pelo 1° Ano do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR, e pelo 105° Aniversário de nascimento de Oscar Niemeyer, momento em que fizemos um minuto de silêncio pela sua perda, ocorrida em 05 de Dezembro de 2012.

Para os momentos de descontração e convivência dos arquitetos e estudantes, promovemos o IAB ROCK WINE, com a participação de Eraldo Bandeira e a Banda Os Foras da Lei, e o PROSA DE ARQUITETOS, realizado no Miniaturas Bar, realizados em finais de semana no período noturno.

Procurando incentivar o ensino continuado, realizamos parceria com o Instituto de Pós-Graduação – IPOG Manaus, proporcionando aos associados do IAB/AM Descontos Especiais em todas as mensalidades dos cursos em parceria com a Entidade, além da disponibilidade de Bolsas de Estudo. Até o momento já sorteamos 03 Bolsas: para o Curso de Pós-Graduação em Iluminação & Design de Interiores; para o de Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção; e para o de Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental. Participam deste sorteio todos os Associados do IAB/AM com Anuidade quite, exceto os integrantes da Diretoria e seus cônjuges, filhos ou sócios. Para o primeiro trimestre de 2013 iremos ter nosso quarto curso em parceria, que será o de Gestão de Projetos em Engenharia e Arquitetura, prevista para iniciar em Março de 2013.

Possuindo apenas um endereço para correspondência, cedido gentilmente por uma integrante da Direção, iniciamos tratativas junto ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas – CAU/AM para que firmássemos um Termo de Compromisso de Cooperação Técnica com finalidade da instalação da Sede do IAB/AM em um espaço físico da Sede do CAU/AM, o que já nos permitiu ter acesso às chaves. Com isso, neste início de 2013 o IAB/AM funcionará no mesmo endereço da Sede do CAU/AM, facilitando a sua estruturação física e o desenvolvimento de suas atividades.

O ano de 2013 está chegando. E com ele estamos planejando mais um ano de muitas realizações e atividades. Novas Parcerias, Seminários, Encontros, Reuniões, Premiações, Discursões Temáticas, Palestras, enfim, um Calendário Anual cheio de novidades.

Queremos agradecer a todos os nossos Associados que acreditaram em nosso trabalho realizando a sua Adesão ou o seu retorno ao IAB/AM. Neste ano que se inicia queremos contar ainda mais com cada Associado, Conselheiro, Parceiros, colegas arquitetos e estudantes de arquitetura, para que possamos realizar um excelente trabalho em 2013 na valorização da nossa Entidade de Classe, buscando alcançar os nossos objetivos, congregando os arquitetos do Estado do Amazonas para a defesa e prestígio da classe e da profissão, promovendo, igualmente, o desenvolvimento da Arquitetura e Urbanismo.

Fraterno abraço.

Manaus, Dezembro de 2012.

Arq. Claudemir José Andrade
Presidente do IAB/AM

Arq. Karina Vieiralves Carvalho
Vice-Presidente do IAB/AM

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

IAB/AM - NOTA DE PESAR


HABITAÇÃO: "UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL", por Luiz Fernando Janot


Artigo - "UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL ", do Arquiteto e Urbanista Luiz Fernando Janot, publicado no "O GLOBO", em 24/11/2012.

VIVER O TERRITÓRIO, IMAGINAR A AMÉRICA

Viver o território, imaginar a América
Por Roberto Ghione*
           
            Viver um território qualificado, sustentável e promissor, com cidades racionalmente planejadas; imaginar uma América inclusiva, solidaria, autêntica e protagonista do mundo globalizado; persistir na diversidade integrada e na imaginação criativa. Sonhos e desafios para um continente em procura do seu destino de grandeza foram alimentados, desde o campo da arquitetura e o urbanismo, no XXIV Congresso Pan-americano realizado em Maceió, com esplêndida organização do IAB-AL liderado por Rafael Tavares.
 
            Entre 16 e 30 de novembro, Maceió concentrou a 142º reunião do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil, reunião dos Conselheiros Federais e comissões do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, reunião de representantes de todos os países integrantes da FPAA (Federação Pan-americana de Associações de Arquitetos) com eleição e transferência da presidência do argentino cordobés Jorge Monti para o brasileiro curitibano João Suplicy, reunião de grupos de trabalho da UIA com presença do presidente Albert Dubler, premiação de arquitetura alagoana, exposições e um congresso rico em palestras e debates esclarecedores e instigantes.
 
            Iniciado com palestra magistral de João Figueiras Lima, Lelé, medalha de ouro do evento, o congresso ofereceu reflexões acerca da identidade Latino-Americana na intervenção de Fernando Lara, atualização de sua produção arquitetônica na palestra de Louise Noelle Grass, e táticas alternativas criativas apresentadas por Fernando Diez. 
 
            David Letherbarrow apresentou uma analise critica do processo criativo de Louis Kahn. Os colegas Roberto Moita, Gustavo Penna e Mauro Munhoz apresentaram sua produção recente, assim como Edwin Quile resumiu o contexto da produção arquitetônica em Porto Rico.
 
            O tema da habitação popular esteve presente nos debates coordenados por Débora Cavalcante acerca da experiência no Uruguai e no programa Minha Casa Minha Vida e por Thiago Holzmann da Silva acerca da Lei de Assistência Técnica, com a participação de Clovis Ilgenfritz da Silva, Cesar Dorfman e Jonny Stica.
 
            A organização social em procura de um mundo melhor foi retratada pela experiência Oasis, pelo arquiteto Edgard Gouveia, e a problemática urbana Latino-americana foi apresentada por Luis Tagle Pizarro, com o caso de Lima. Ainda, a organização dos Conselhos Profissionais, iniciativas e estímulos para o empreendorismo e os estádios para a Copa 2014 estiveram presentes nas temáticas gerais.
 
            Um dos momentos culminantes foi a apresentação da experiência de desenvolvimento social e urbano de Medellín, por Juan David Botero, exemplo de planejamento, de inclusão social, de transformação urbana, de qualificação arquitetônica e de valorização dos espaços públicos. Demonstração que através da arquitetura e o urbanismo, um futuro melhor para as cidades do continente é possível com decisão política comprometida com o interesse geral e com planejamento urbano inteligente.
 
 
*Roberto Ghione é Arquiteto e Diretor do IAB/PE

domingo, 18 de novembro de 2012

O URBANISMO CONTRA-ATACA.



Publicado originalmente no Estadão.com:

Notícias de uma guerra "não declarada": mais de 200 mortos, entre civis (com ou sem ficha criminal) e policiais militares desde o início de outubro. Mas nem adianta passar a régua, pois a conta não fecha aí. Na madrugada seguinte, mais um punhado de gente cai na vala comum das páginas da metrópole e vira estatística. De um lado, o "salve geral" disparado pelo Primeiro Comando da Capital em agosto. De outro, a tropa do governo. No fogo cruzado, a cidade.

Difícil dizer que se trata de um confronto "velado" entre PM e PCC. Nessa semana, observadores da imprensa internacional miraram São Paulo como uma "cidade sangrenta". Foram reportagens no Clarín, El País, Le Monde, The Economist, The Guardian, The Wall Street Journal. Até a Al Jazeera reportou a onda de violência paulistana, ao passo que The New York Times questionou a garantia de segurança no Brasil durante o mundial de 2014, um provocativo "imagine na Copa..." para gringo ler.

"Mas segurança não é só assunto de polícia. Tem a ver com urbanismo, mobilidade e cultura", critica Enrique Peñalosa, economista e historiador colombiano formado pela Universidade Duke, na Carolina do Norte, e P.h.D. pela Universidade de Paris. Para Peñalosa, para conter a violência urbana é preciso articular inteligência policial e intervenções nos campos do planejamento urbano e projetos socioculturais.

Prefeito de Bogotá entre 1998 e 2011, o urbanista transformou a capital colombiana com ações focadas em mobilidade e sustentabilidade, reduzindo drasticamente o índice de homicídios na cidade, antes considerada uma das mais violentas da América Latina. Já fez conferências em universidades como USP, PUC-RJ, Princeton, London School of Economics, Harvard, Chicago e Colúmbia, e assessorou governos na Ásia, África, Américas e Europa com estratégias e políticas urbanas. Neste ano, visitou São Paulo e Porto Alegre, onde participou do Fronteiras do Pensamento, em junho.

"Uma cidade se expressa, vibra, vive. É feita de gente na rua", diz ao Aliás. "O papel do Estado é estar presente, em todos os cantos da cidade. Que não haja rincões que fiquem à margem. Se o Estado não respeita a vida humana, por que os bandidos o fariam?", questiona. "Devemos mostrar símbolos de igualdade e de democracia. São bibliotecas, ciclovias, colégios, parques, ruas iluminadas. E, principalmente, gente ocupando esses espaços públicos", destaca. Seguindo as ideias de Enrique Peñalosa, talvez falte mostrar, sem pieguice, que ainda existe amor em SP.

São Paulo está vivendo uma onda de violência que obteve repercussão internacional. Que paralelo podemos traçar com Bogotá, que já foi considerada uma das cidades mais violentas da América Latina?
Posso comentar a experiência de Bogotá, onde a segurança melhorou desde o fim da década de 1990. Essa melhoria ocorreu na capital, antes de ocorrer no país como um todo. Não foi consequência de uma mudança diretamente relacionada às políticas do presidente Álvaro Uribe, mas de uma série de medidas do poder municipal. Não há fórmulas fechadas, mas posso propor teorias: é a cidade. A chave é a própria cidade.

Como assim?
A cidade se expressa, vibra, vive. E uma cidade só se faz com gente na rua. Mas, para isso, as pessoas precisam se sentir seguras nas ruas. Os cidadãos precisam sentir que há legitimidade - o que é muito importante, mas altamente subjetivo. Explico: o Estado precisa ser considerado legítimo pelos cidadãos. É corrupto? É íntegro? Está dedicado a atender às necessidades dos mais vulneráveis para construir, de alguma maneira, uma sociedade mais igualitária?

Se há legitimidade, os cidadãos tendem a compreender e cumprir determinadas normas, reportar e pedir punição aos que violam essas normas. Prefiro ilustrar essa história assim: há 15 anos, dizia-se muito a expressão "cójalo, cójalo, suéltelo, suéltelo" em Bogotá. Exemplo: um ladrão roubou a carteira de uma senhora. Aí toda a gente gritava: cójalo, cójalo! Uma vez preso, porém, muita gente começava a dizer: no, suéltelo, suéltelo! Deixe-o ir. Isto é, de alguma maneira, a sociedade sentia que a situação era tão injusta que a polícia não tinha nem autoridade moral nem legitimidade para poder prender e castigar esses delinquentes.

Mas a atitude mudou nestes últimos tempos. As pessoas precisam respeitar um governo, e não temê-lo. Nesse sentido, o papel do Estado é estar presente, em todos os cantos da cidade. Que não haja rincões que fiquem à margem. Essa presença não se refere só à polícia, mas a projetos de educação, saúde e demais serviços sociais, atendendo a todas as tarefas que deve atender. Afinal, segurança não é só assunto de polícia.

Que outros campos estão envolvidos?
É muito mais. Tem a ver com urbanismo, mobilidade urbana e cultura.

Ao construir uma biblioteca imensa e maravilhosa, queremos dizendo: o conhecimento é mais importante que o dinheiro. É complicado, porém, ver um jovem numa moto, com joias, roupas e tênis caros, talvez vindos do tráfico, entrando com uma gangue em um bairro. Que símbolos são esses? Expressam valores dos narcotraficantes: você pode ostentar riqueza, independentemente da origem do dinheiro. Devemos mostrar outros valores. É preciso ter conhecimento e cultura, como a arte e a música. Então devemos ter bibliotecas lindas e colégios espetaculares nos bairros mais pobres, para que aquelas crianças saibam que elas importam - nas periferias, muitas crianças nem sabem a identidade do pai, então é essencial que saibam que elas importam.

Outro exemplo são os ginásios esportivos. Em Bogotá, assim como em São Paulo, imagino, as crianças gostam de futebol. Bogotá e Londres têm 8 milhões de habitantes. Mas os londrinos têm mais de 1.500 campos de futebol públicos. Nós só temos 20. Vi que uma das ações mais eficazes para melhorar a segurança num bairro periférico é um campo de futebol, comunitário e iluminado. Que pode fazer um jovem de 16 anos às 8 horas da noite na periferia? É preciso ter opções de lazer. É preciso ter mais e melhores centros culturais e esportivos comunitários, ciclovias, parques arborizados, ruas iluminadas.

Mas também é preciso ter a polícia. Sociedades ricas e avançadas socialmente, como França e Suíça, têm mais policiais por milhão de habitantes que Bogotá e São Paulo. Mas eles são bem treinados e bem pagos. Na Colômbia e no Brasil também há muita impunidade para os delitos considerados "menores". Isso porque não investimos em policiais, juízes, presídios e leis que se voltem para esses delitos "menores". Essa sensação de impunidade é terreno fértil para o crime organizado. 

Nessa linha, que medidas foram adotadas em Bogotá?
Nas zonas mais marginais da cidade, construímos bibliotecas, colégios de luxo, jardins sociais, programas de nutrição, projetos de infraestrutura. Uma das principais ideias era levar escolas, tão boas quanto os melhores colégios particulares, para os cantos mais pobres da cidade. Queríamos mostrar respeito pela dignidade humana. Se o Estado não respeita a vida humana, por que os bandidos o fariam? É uma questão de igualdade, o que é muito diferente de simplesmente dar esmola aos mais pobres.

Uma cidade precisa de símbolos de igualdade e de democracia. Numa sociedade como a nossa, muitos cidadãos não têm carro, mas precisam se deslocar diariamente para trabalhar, por exemplo. Então adotamos o TransMilenio, um sistema de ônibus inspirado no modelo de Curitiba, e construímos centenas de quilômetros de ciclovias. 

Por quê?
Para dizer que um cidadão numa bicicleta de US$ 30 é tão importante quanto um cidadão num carro de US$ 30 mil. Outro exemplo: a duas quadras do palácio presidencial, tínhamos 23 hectares da pior degradação humana possível e imaginável, um inferno de casas abandonadas por décadas e dominado pelo tráfico de drogas, com os mais altos índices de homicídio do mundo. A cracolândia de São Paulo? É um paraíso comparado ao que existia ali. Não é nem remotamente parecido. Desapropriamos essa área, demolimos mais de 600 construções, iniciamos um megaprojeto de reabilitação. O inferno virou um imenso parque.

Mas Bogotá não é uma cidade ideal...
Não. Fizemos muito, mas ainda falta muito, muito, muito. Ainda sobre segurança, o índice de homicídios é de 17 para 100 mil habitantes. (Segundo o relatório das Nações Unidas de 2011, São Paulo tem 10 homicídios por 100 mil habitantes). Mas em capitais europeias, são 3 ou 4. Em cidades japonesas, talvez 1 ou 2.

Em Bogotá, ainda há muitos delitos, como os assaltos, muitos à mão armada, que continuam com índices altos e se agravaram nos últimos tempos. Segundo as estatísticas, uma em quatro pessoas já foi vítima de um delito no último ano. Há muitas gangues e muita violência entre os jovens. Mas a cidade está aí para ser ocupada. Não dá para viver com medo, sem sair de casa, dentro dos carros e dos shoppings.

Infelizmente, os shoppings nas grandes cidades do mundo em desenvolvimento, inclusive Bogotá e São Paulo, foram substituindo o espaço público como lugar de encontro. Isso é gravíssimo, pois os espaços públicos acabam abandonados. Segurança tem a ver com o desenho urbano, com uma melhor integração entre o público e o particular. O interesse público deve prevalecer sobre o particular, para mostrar que há democracia. Uma cidade deve se destinar especialmente aos mais vulneráveis - as crianças, os velhos, os pobres - e não aos carros, aos privilegiados, aos ricos.

No Brasil, cidades de São Paulo e Santa Catarina estão assistindo a ações atribuídas ao PCC. Que espaço tem o crime organizado nas cidades colombianas hoje?
Vivemos uma guerra de muitos anos contra megaorganizações criminosas. Mas a guerrilha não conseguiu penetrar nas cidades - exceto nos tempos de Pablo Escobar com os grandes cartéis de Medellín e Cali.

A guerrilha e o crime organizado, apesar de muito poderosos, ficaram na zona rural e na selva. Para estar alerta contra o terrorismo do narcotráfico, os serviços de inteligência do Exército e da polícia colombiana devem ser extremamente sofisticados. Além disso, os cidadãos colaboram com a polícia nos bairros. Há muitos informantes, o que é essencial para os serviços de inteligência: ter olhos em cada bairro, em cada rua. As comunidades dos bairros populares são organizadas, com líderes importantes, que impedem a entrada fácil de líderes delinquentes. 

No Brasil, muitos assaltos e crimes são cometidos em motos, tanto que há quem defenda o fim das garupas, como em Bogotá...
Não gosto dessas medidas, pois me parecem preconceituosas. Sim, as motos devem cumprir as normas de trânsito, com sanções drásticas se não o fizerem. Em Bogotá tivemos essa restrição de passageiros nas garupas por um tempo, mas não mais.

Por que a violência urbana é tão forte nas cidades latino-americanas?
A criminalidade e a violência urbana são fenômenos principalmente latino-americanos. Não de toda a América Latina - no Chile, não é assim. Também há cidades africanas muito violentas. Mas na Europa, no Canadá e na Ásia, por exemplo, não há. É óbvio que há crimes, mas jamais na mesma escala.

A violência urbana é um reflexo da falta de legitimidade do Estado e da ausência de uma sociedade forte. Em muitos países latino-americanos, a sociedade se resignou a tolerar a criminalidade. Então, a lei praticamente a tolera. Mas há muitas metrópoles mundiais muito seguras: Copenhague, Tóquio, Toronto, Zurique.

Que sugestões o Senhor teria para São Paulo?
É preciso olhar para a cidade. Como disse, a cidade precisa priorizar o humano, em todos os sentidos. Parece muito óbvio, eu sei. Mas, infelizmente, isso não é feito. Já visitei São Paulo muitas vezes. É uma cidade com uma energia maravilhosa, mas há muito a melhorar. Aliás, com todo o respeito, não me parece que tantos helicópteros particulares sobrevoando São Paulo sejam úteis para construir legitimidade e coesão social.

Em cidades como Londres e Nova York, os ricos usam transporte público e vão aos parques. São Paulo precisa de bibliotecas, ciclovias, parques. Conheci uma iniciativa ótima de vocês: o Sesc, um exemplo de integração comunitária. O Sesc Pompeia é ótimo. Mas um certamente não basta. Em uma cidade do tamanho de São Paulo, é preciso ter mais de 300 Sescs.


* ENRIQUE PEÑALOSA: ECONOMISTA E HISTORIADOR COLOMBIANO, PH.D. PELA UNIVERSIDADE DE PARIS. FOI PREFEITO DE BOGOTÁ (1998-2001).

Fonte: Estadão.com

ARQUITETO É ESCOLHIDO POR PREFEITO ELEITO DE MANAUS PARA COMPOR GRUPO DE TRANSIÇÃO



Texto extraído do portal acritica.com:
 
O arquiteto urbanista Roberto Moita foi o escolhido por Artur Neto (PSDB) para cuidar da reestruturação urbana de Manaus. Moita é o sexto membro da comissão de transição coordenada pelo economista Rodemarck Castelo Branco. Na segunda-feira, o grupo começa a trabalhar conjuntamente.

A decisão de integrar Roberto Moita à comissão de transição foi confirmada ontem pelo prefeito eleito Artur Neto. Ele afirmou que os trabalhos desenvolvidos pela comissão até agora apontaram a necessidade de convidar outro membro. “Escolhemos o Roberto Moita para fazer a transição no Implurb (Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano) que é um órgão extremamente importante para nós. Ele é um nome que dispensa apresentação, reconhecido mundo a fora”, disse Artur a A CRÍTICA.

O prefeito eleito não descartou a possibilidade de mais nomes virem a ser listados para compor a equipe. “O Tribunal (de Contas do Estado) determina que o atual prefeito apresente três nomes e o eleito, um. Eu escolhi apresentar quatro, mas o Rodemarck está cuidando de chamar quantas pessoas ele achar que são necessárias” afirmou.

Moita já participa da reunião da equipe de transição na segunda-feira. O arquiteto foi escolhido para apresentar ideias de reestruturação urbana. “O tema que vai nortear o nosso trabalho, de forma geral, será a questão dos desafios urbanístico da cidade. O Centro da cidade, o problema da mobilidade urbana, a questão do trânsito, a paisagem e o desenho urbano são alguns dos elementos que irei trabalhar”, disse ele ontem.

FONTE: acrítica.com

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MANAUS



PLANO DIRETOR DE MANAUS TERÁ MAIS UM ANO PARA SER AVALIADO.

A nova metodologia de revisão do Plano Diretor de Manaus, determinada pela Justiça, depois de uma reunião com os representantes da Prefeitura, do Implurb e da Câmara, foi anunciada na manhã desta segunda-feira (29) pelo presidente da Casa Isaac Tayah.

No novo sistema de discussão, o Plano Diretor será devolvido pela Câmara à Prefeitura que terá seis meses para cumprir as exigências necessárias de participação popular, remetendo depois à Câmara, para analise, audiências públicas, estudos técnicos e votação final, chancelando o documento que será o direcionamento do crescimento da cidade nos próximos 10 anos.

O Presidente Isaac Tayah explicou que todas as sugestões e propostas recebidas das entidades produtivas e das comunidades serão estudadas como alternativas de enriquecimento do documento no futuro, evitando desperdício dos esforços realizados e chegou a indicar a mesma sistematização na Prefeitura que, diferente da Câmara, teve custos elevados na contratação da empresa para a montagem do Ante Projeto

Todas as Sub Comissões e a Comissão Geral do Plano Diretor existentes da Câmara foram desmobilizadas e um novo processo será refeito no momento do recebimento de documento dentro de seis meses, antecedendo a votação final, para estudo das propostas antes da votação final.

FONTE: acrítica.com