Viver o território, imaginar a América
Por Roberto
Ghione*
Viver um território qualificado, sustentável e promissor, com cidades racionalmente planejadas; imaginar uma América inclusiva, solidaria, autêntica e protagonista do mundo globalizado; persistir na diversidade integrada e na imaginação criativa. Sonhos e desafios para um continente em procura do seu destino de grandeza foram alimentados, desde o campo da arquitetura e o urbanismo, no XXIV Congresso Pan-americano realizado em Maceió, com esplêndida organização do IAB-AL liderado por Rafael Tavares.
Entre 16 e 30 de novembro, Maceió
concentrou a 142º reunião do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do
Brasil, reunião dos Conselheiros Federais e comissões do Conselho de
Arquitetura e Urbanismo do Brasil, reunião de representantes de todos os países
integrantes da FPAA (Federação Pan-americana de Associações de Arquitetos) com
eleição e transferência da presidência do argentino cordobés Jorge Monti para o
brasileiro curitibano João Suplicy, reunião de grupos de trabalho da UIA com
presença do presidente Albert Dubler, premiação de arquitetura alagoana,
exposições e um congresso rico em palestras e debates esclarecedores e
instigantes.
Iniciado com palestra magistral de
João Figueiras Lima, Lelé, medalha de ouro do evento, o congresso ofereceu
reflexões acerca da identidade Latino-Americana na intervenção de Fernando
Lara, atualização de sua produção arquitetônica na palestra de Louise Noelle
Grass, e táticas alternativas criativas apresentadas por Fernando Diez.
David Letherbarrow apresentou uma
analise critica do processo criativo de Louis Kahn. Os colegas Roberto Moita,
Gustavo Penna e Mauro Munhoz apresentaram sua produção recente, assim como
Edwin Quile resumiu o contexto da produção arquitetônica em Porto Rico.
O tema da habitação popular esteve
presente nos debates coordenados por Débora Cavalcante acerca da experiência no
Uruguai e no programa Minha Casa Minha Vida e por Thiago Holzmann da Silva
acerca da Lei de Assistência Técnica, com a participação de Clovis Ilgenfritz
da Silva, Cesar Dorfman e Jonny Stica.
A organização social em procura de
um mundo melhor foi retratada pela experiência Oasis, pelo arquiteto Edgard
Gouveia, e a problemática urbana Latino-americana foi apresentada por Luis
Tagle Pizarro, com o caso de Lima. Ainda, a organização dos Conselhos
Profissionais, iniciativas e estímulos para o empreendorismo e os estádios para
a Copa 2014 estiveram presentes nas temáticas gerais.
Um dos momentos culminantes foi a
apresentação da experiência de desenvolvimento social e urbano de Medellín, por
Juan David Botero, exemplo de planejamento, de inclusão social, de
transformação urbana, de qualificação arquitetônica e de valorização dos
espaços públicos. Demonstração que através da arquitetura e o urbanismo, um
futuro melhor para as cidades do continente é possível com decisão política
comprometida com o interesse geral e com planejamento urbano inteligente.
*Roberto Ghione é Arquiteto e Diretor
do IAB/PE
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