Publicado originalmente em acritica.com:
Uma nova tecnologia pode ajudar os municípios do
interior a minimizar os problemas causados pelo lixo urbano. A técnica promete
transformar o lixo em gás e, de quebra, gerar energia elétrica. O sistema já é
utilizado no interior do Paraná e de São Paulo e, segundo seus idealizadores,
em tese, poderia ser utilizada em todos os municípios do Amazonas.
A gaseificação é um processo que consiste no
aquecimento do lixo em uma câmara especial que suporta altas temperaturas e
pressão. Submetido a essas condições, o lixo se transforma em gás, que por meio
de processos físico-químicos é transformado em combustível. Esse gás pode ser
apenas queimado em torres de combustão ou utilizado em usinas termelétricas,
como as que geram eletricidade em Manaus e no interior do Estado.
A tecnologia de gaseificação que poderá ser
desenvolvida no Amazonas está sendo trazida por meio de uma parceria entre a
paranaense ELBrasil e a RioLimpo, empresa que atua no Amazonas. Evandro Lopes,
sócio da ELBrasil e professor de engenharia de materiais da Universidade
Federal do Paraná, diz que a gaseificação do lixo é uma alternativa às
dificuldades encontradas pelos municípios do interior do Amazonas em relação ao
armazenamento dos resíduos sólidos e à geração de energia elétrica. “A
gaseificação faz o lixo virar gás e esse gás pode ser usado em usinas térmicas.
Esse gás pode substituir total ou parcialmente o óleo diesel usado para a
produção de energia elétrica”, explica. Segundo Joaquim Buemerad, diretor da
RioLimpo, algumas prefeituras demonstraram interesse pela tecnologia.
“Através da Associação Amazonense de Municípios
(AAM), vários municípios já conhecem o projeto, porém, estamos tentando junto
ao presidente da AAM para tratarmos o assunto em palestra para que todos os
prefeitos possam conhecer essa tecnologia. O interesse existe e a implantação
dessa tecnologia se encaixa em vários municípios, devido à característica do
nosso Estado em possuir cidades pequenas”, disse. O presidente da AAM, Jair
Souto, disse que vai se reunir com técnicos e que pretende reunir todos os
prefeitos do interior para apresentar o processo. “A princípio, é uma
tecnologia que nos interessa, sobretudo porque pode nos ajudar com o processo
de adequação à Lei dos Resíduos Sólidos. Mas precisamos primeiro, nos inteirar
sobre os detalhes”, adiantou Souto.
Dos 62 municípios do Estado, apenas dois - Manaus e
Coari - têm aterros sanitários em condições adequadas. A Lei Federal de
Resíduos Sólidos determinou que todos os municípios brasileiros apresentem, até
2012, um plano de gestão sobre como vão tratar e acondicionar o lixo.
FOTO: LIXÃO DO MUNICÍPIO DE MAUÉS/AM - CLAUDEMIR ANDRADE
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