Enquanto o poder público luta para disciplinar o uso das calçadas, totalmente desviadas de sua função pela população que não recebe a devida fiscalização do gestor público, algumas cidades brasileiras já encontram-se em estágio avançado na questão da mobilidade. Resolvida a questão do transporte coletivo de passageiros, a cidade de Curitiba passa a elaborar o seu Plano Diretor Cicloviário, uma alternativa viável de transporte, desde que integrada a outros modalidades do sistema de transporte da cidade.
Segue abaixo uma publicação da SINAENCO sobre o assunto.
A Prefeitura de Curitiba está desenvolvendo um Plano Diretor Cicloviário, que prevê a inserção da bicicleta como meio de transporte no dia a dia da população. “O objetivo é incentivar cada vez mais o uso da bicicleta”, explica o prefeito Beto Richa. Conduzido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o Plano Diretor Cicloviário será concluído até o fim do ano. A adoção da bicicleta como meio de transporte reduz os impactos ambientais da mobilidade urbana, uma vez que não produz poluição atmosférica e sonora.
Outros mecanismos poderão ser adotados, como ciclofaixas, rotas privilegiadas, calçadas compartilhadas, paraciclos e bicicletários. O conjunto de ações a ser adotado pela Prefeitura de Curitiba integra o programa Pedala Curitiba e o objetivo é incentivar o uso da bicicleta pela cidade e permitir que este deslocamento seja feito de forma segura.
O Plano Diretor Multimodal, em discussão atualmente no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), visa criar uma malha cicloviária de abrangência metropolitana. O projeto do Metrô Curitibano, em fase de elaboração dos projetos de engenharia, relatórios ambientais e desenvolvimento de projetos que incluem as estações para embarque e desembarque, também prevê a integração do transporte público com a bicicleta. Todas as 22 estações previstas na primeira linha do metrô serão ligadas por uma grande ciclovia onde hoje passa ônibus biarticulado do sistema expresso nos Eixos Norte e Sul. Além disso, todas as estações terão uma área reservada ao estacionamento de bicicletas.
A integração dos dois modais é defendida pelo professor e diretor do doutorado em Gestão Urbana da PUC, Fábio Duarte. “É como acontece em Bogotá, onde o ônibus está atrelado à ciclofaixa ou ciclovia. A integração é fundamental, quer seja ônibus ou metrô, disse.
O professor considera que o uso da bicicleta deve ser incentivado pelas administrações públicas. “Curitiba foi importante por trabalhar a pauta ambiental e pode se destacar por incentivar a utilização da bicicleta”, observou Duarte.
Antes da sua aprovação, o Plano Diretor Cicloviário será apresentado e debatido com os movimentos da sociedade civil organizada que defendem a utilização da bicicleta. Uma das primeiras medidas será a recuperação da malha cicloviária atual, que receberá sinalização em toda a rede existente. Um estudo é elaborado pelo Ippuc em parceria com a Diretran (Diretoria de Trânsito) para o detalhamento da sinalização, que deverá atender o Código de Trânsito Brasileiro.
Mobilidade urbana deve ser tratada como prioridade em Manaus, pois a situação atual no trânsito já estar servindo de alerta.