Publicado originalmente no Portal 2014.
Entre as
cidades-sede da Copa, Manaus, Recife, Natal e Cuiabá são as que apresentam os
piores índices de saneamento básico, com menos de 40% do esgoto coletado. O
resultado consta de estudo divulgado no dia 26 de setembro pelo Instituto Trata
Brasil, que analisou dados de 2009.
A capital
do Amazonas ocupa a última posição desde 2003, quando teve início o
levantamento. Lá, apenas 11% da população têm acesso à rede de coleta. Além
disso, o índice de esgoto tratado caiu de 38% para 23% em um ano.
Em Cuiabá
e Natal, praticamente dois terços dos habitantes não são atendidos pela coleta
(confira tabela). O percentual de dejetos que recebem tratamento também é dos
mais baixos do país, alcançando 22% e 14%, respectivamente.
Das
cidades que receberão o Mundial de futebol em 2014, o destaque negativo é a
capital pernambucana. De acordo com o estudo, o percentual de habitantes com
acesso à coleta caiu de 47% para 39%.
No
ranking geral, que lista 81 cidades com mais de 300 mil habitantes, Recife
despencou da 48ª para a 64ª posição em apenas um ano.
O estudo
leva em conta dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS),
compilados pelo Ministério das Cidades. As informações são fornecidas pelas
empresas operadores dos serviços nas cidades. O outro
extremo da tabela mostra uma situação bastante diferente. As cidades de
Curitiba, Brasília e Belo Horizonte, que universalizaram o acesso à água
tratada, ocupam as primeiras posições. Por coletar 85% e tratar 78% do esgoto
gerado na cidade, a capital paranaense é a melhor ranqueada entre as sedes da
Copa e a quinta na lista geral.
São Paulo
(22), Porto Alegre (23), Fortaleza (32) e Salvador (35) também aparecem na
metade de cima da tabela. Já o Rio de Janeiro, sede da final da Copa e da
Olimpíada de 2016, ocupa apenas a 46ª posição geral.
Além
disso, quatro municípios fluminenses aparecem entre os 10 piores em saneamento:
Duque de Caxias, Belford Roxo, São João do Meriti e Nova Iguaçu.
De acordo
com o estudo, o Brasil tem mostrado avanços na ampliação dos serviços de
saneamento básico, mas as melhorias ocorrem lentamente. Entre 2003 e 2009,
houve avanço de 2,9% no atendimento de água tratada, 12,1% na coleta e 7,8% no
tratamento de esgoto.
Com isso,
o país fica cada vez mais longe da chamada “universalização”, quando a
totalidade da população tem acesso aos serviços de saneamento.
O
levantamento constatou que apenas 57% do esgoto gerado nos maiores municípios
brasileiros são coletados pelas empresas prestadoras de serviço. O índice é
ainda mais baixo quando se considera o volume tratado em comparação com o
consumo de água, que atingiu média de 39% em 2009.
Para se
ter ideia da dimensão dos danos, as 81 cidades despejaram por dia cinco bilhões
de litros de esgoto sem tratamento no meio ambiente. O equivalente a duas mil
piscinas olímpicas.
A
situação só fica melhor em relação à água tratada. O estudo mostra que 66
cidades informaram atender mais de 80% da população com o serviço, sendo que 20
universalizaram o acesso.
|
Cidade-sede
|
Coleta
|
Tratamento
|
1
|
Curitiba
|
87%
|
83%
|
2
|
Brasília
|
94%
|
71%
|
3
|
Belo Horizonte
|
100%
|
49%
|
4
|
São Paulo
|
91%
|
58%
|
5
|
Porto Alegre
|
100%
|
17%
|
6
|
Fortaleza
|
46%
|
68%
|
7
|
Salvador
|
70%
|
97%
|
8
|
Rio de Janeiro
|
69%
|
75%
|
9
|
Natal
|
32%
|
34%
|
10
|
Cuiabá
|
39%
|
22%
|
11
|
Recife
|
39%
|
64%
|
12
|
Manaus
|
12%
|
38%
|
FONTE: Portal 2014.
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